Inicio

Texto dos Manuscritos de Herculano revela local do túmulo de Platão

Novas tecnologias ajudaram a decifrar textos escritos em uma série de antigos pergaminhos carbonizados pela erupção do Vesúvio
Por History Channel Brasil em 24 de Abril de 2024 às 13:02 HS
Texto dos Manuscritos de Herculano revela local do túmulo de Platão-0

No século XVIII, diversos pergaminhos carbonizados pela erupção do Vesúvio, em 79 d.C., foram encontrados nas ruínas da biblioteca de uma vila em Herculano, cidade destruída pelo vulcão (junto com Pompeia). Recentemente, a tecnologia tem ajudado a desvendar os conteúdos desses manuscritos do Império Romano considerados ilegíveis. Agora, um pesquisador italiano afirma que descobriu o local do túmulo de Platão ao analisar um dos documentos.

Manuscrito de Herculano decifrado

A descoberta foi revelada pelo papirologista Graziano Ranocchia da Universidade de Pisa, que apresentou os resultados parciais do projeto de pesquisa GreekSchools, executado com o Conselho Nacional de Pesquisa na Biblioteca Nacional de Nápoles. Os pesquisadores que participam da iniciativa fizeram uma análise extensiva dos manuscritos por meio de uma combinação de técnicas de imagem e expertise filológica.

Análise de um dos Manuscritos de Herculano
Análise de um dos Manuscritos de Herculano

Graças às inovadoras metodologias de estudo, cerca de mil palavras de uma parte dos pergaminhos carbonizados de Herculano foram decifradas. Essas palavras correspondem a 30% do texto “História da Academia, por Filodemo de Gadara”. A descoberta é de grande importância para entender melhor a antiguidade e a vida na Academia, escola de filosofia fundada por Platão em Atenas. 

Anteriormente, só se sabia que Platão havia sido enterrado na Academia, mas não havia maiores detalhes sobre o local de seu repouso final. Segundo Ranocchia, as novas análises revelaram que o filósofo foi sepultado em um jardim especificamente dedicado a ele e próximo ao Museion, uma área sagrada para as Musas.

Além disso, revelou-se uma nova informação sobre a vida do filósofo, sugerindo que ele foi vendido como escravo na ilha de Egina, possivelmente em 404 a.C., quando os espartanos conquistaram a ilha, ou alternativamente em 399 a.C. após a morte de Sócrates. Até esta descoberta, acreditava-se que Platão havia sido vendido como escravo em 387 a.C. durante sua estadia na Sicília na corte de Dionisio I de Siracusa. 

“O projeto GreekSchools visa também desenvolver métodos de investigação de manuscritos, aplicando as mais avançadas técnicas de diagnóstico por imagem disponíveis atualmente (imagem óptica infravermelha e ultravioleta, imagem molecular e elementar, imagem térmica, tomografia, microscopia óptica digital, etc.)”, disse Costanza Miliani, do Instituto de Ciências do Patrimônio Cultural (Cnr-Ispc). Outro projeto, chamado "Desafio do Vesúvio", está obtendo avanços para decifrar o conteúdo dos pergaminhos.

Fontes
Ancient Origins, Deutsche Welle e Arkeonews
Imagens
Cnr-Ispc/Divulgação